quinta-feira, 11 de março de 2010

Agressão

“-Ae bixo!!”.

Pode soar amigável, mas é uma forma de discriminar as pessoas. Pior que ser taxado por uma característica corporal, é ser apelidado.

O “bullying” é uma prática feita por todos (sim todos praticam e alguns nem sabem). Quem nunca taxou alguém pela sua fisionomia ou pelo seu jeito de ser? Essa é uma discriminação comum que todos nós sofremos e já praticamos.

Ser chamado de magrelo, gordinho, tampinha, ou alguém zoar com seu nome não é nada legal. E tem aqueles trocadilhos bobos que todo mundo ri, mas por dentro magoam. Seja na escola, no trabalho ou numa roda de amigos, por mais intimo que a pessoa seja, é algo que se torna desagradável.




Um exemplo comum nas faculdades (realizado pelos alunos veteranos) é o trote. Por mais que seja legal e engraçado fazer com que grupos de novos alunos “paguem micos” ou paguem bebida, tirar onda com a cara deles não é agradável. Parece até irônico, mas um local onde é para haver novas amizades e novos conhecimentos, podem ocorrer traumas para o resto da vida. Já que muitos trotes são abusivos, existem escolas e universidades onde o trote foi completamente abolido. A instituição apoia novos modelos de trote, como ajudar pessoas ou entidades, colhendo doações de mantimentos ou roupas.

Existe o lado mais humano neste tipo de trote, diferente do lado obscuro da pratica. Ninguém gosta de sair pintado nas ruas. Tem todo aquele lado emocional de ser um universitário (já que em nosso país este grupo é representado por uma parcela mínima dos estudantes) e até acaba tendo graça em ser chamado de “bixo”. Mas este apelido tem que ter limite. “Bixo” somente no primeiro dia de aula, a partir do segundo dia amigo.



Mesmo depois de escrever esta defesa, tenho certeza tudo isso ainda vai continuar como é. O costume de apelidar, taxar as pessoas é algo que não mudaremos da noite para o dia, nem há como definir uma data para isso. Ainda mais em nosso país, onde os nossos exemplos fogem ao respeito, taxam seus adversários políticos nos levando a seguir o mesmo caminho.

Falta consciência e lembrar o que é respeito. Tratar as pessoas do modo que você gostaria de ser tratado.





Texto:
Marcelo Francisco Soares

Créditos de fotografia:
Acervo Web
Ângela Trabachini

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